segunda-feira, 19 de julho de 2010

As origens do Batuque

“Sem a música a vida seria um erro”
Nietzsche


O Batuque é a essência da cultura. Esta é a definição de batuque que consta de uma placa comemorativa exposta no Parque Memorial Quilombo dos Palmares:

"Os sons dos tambores, berimbaus, adufés (pandeiro) e agogôs, levam homens e mulheres a sintonizar profundamente com seus corpos e espíritos, através da ginga da capoeira, da congada, do maracatu e do samba. Os acontecimentos da vida cotidiana, como nascimentos, mortes, plantios, colheitas, vitórias e manifestações da natureza, eram comemorados comunitariamente com danças, músicas e baticuns. Antigamente, os toques eram também um precioso meio de comunicação entre os guerreiros e entre o divino e o profano”.

Batucada é também chamada de batuque em algumas localidades. A princípio eram reuniões de negros para cantar e dançar, chamado também de Tambor de crioula no Maranhão.

O Batuque de roda era feito pelos angolanos e congoleses, formavam uma roda e no centro ficava o cantador que usava a umbigada para chamar o substituto, usavam atabaques e palmas como percussão, é semelhante ao Cucumbi ou Jongo, o mais provável é que o costume tenha vindo da África onde é encontrado o Batuque de Cabo Verde.
Alguns pesquisadores afirmam que a batucada é a parte profana do Batuque da religião e do Candomblé, o ato de batucar. Outros afirmam que as duas palavras tem o mesmo significado.

Era acompanhada por instrumento de percussão muitos oriundos da África e de seus ritmos religiosos do candomblé, sendo que muitos instrumentos eram improvisados de utensílios domésticos como o prato, frigideira e faca, até hoje usados nas baterias das escolas de samba.

Para acompanhar usa-se instrumentos de corda como cavaquinho e violão, e também outros como chocalho e pandeiro.

Quando não tinham instrumentos, músicos improvisavam nos botecos a batucada de mesa, batucavam na mesa, em garrafas, copos, caixas de fósforos, com talheres.
Muitos nomes ligados ao samba batucavam em caixa de fósforo como Cartola, Noel Rosa, Germano Mathias, Moreira da Silva, Adoniran Barbosa, Miriam Batucada, Cyro Monteiro, etc...

Existe também a batucada de lata onde meninos se utilizam de latas de qualquer tamanho como instrumento de percussão.

Hoje, apesar da diversidade étnica e cultural do Brasil, o Batuque ou Batucada continua o ritmo mais espontâneo, praticado com alegria por todos, sem distinção ou preconceito, um verdadeiro exercício de liberdade de expressão e integração social, onde cada um traz a sua contribuição para a construção de uma obra aberta e de criação coletiva.

Um comentário:

  1. Grande Paulão,
    Quero saber quando, como e onde é que voce vai passar um pouco dessa sua experiência e genialidade, para nós, pobres mortais. Quero aprender pandeiro ou batuque...
    Parabéns e um abração,
    Leo.

    ResponderExcluir


George Price Center- Belmopan - Belize 2007

A OFICINA DO BATUQUE


A Oficina de percussão ministrada pelo músico Paulão Menezes é itinerante e pode ser realizada em clubes, escolas, praças, salas de aula, etc...

Pretende trabalhar com a musicalidade de crianças e jovens com faixa etária a partir de dez anos de idade.

O objetivo principal é demonstrar e promover a vivência e a experimentação de diversos ritmos afro-brasileiros que são a base dos gêneros musicais do Brasil.

Através da utilização de material que chamamos de sucata, isto é, matéria prima que pode ser reciclada e transformada em som, como por exemplo, latas, garrafas de plástico, baldes, colheres de pau, panelas, pedrinhas, grãos e sementes, os participantes construirão seus instrumentos percussivos que serão utilizados durante a oficina.

Ao manipular os instrumentos fabricados durante o processo do desenrolar da oficina, os participantes poderão desenvolver sua capacidade psicomotora, a apreciação musical de diferentes células rítmicas que compõe o vasto campo de canções brasileiras além de vivenciar exercícios corporais e de criatividade sonora.

Trilhas sonoras harmônicas e percussivas gravadas previamente no Brasil servem como base para o trabalho coletivo de acompanhamento.

O músico Paulão Menezes possui grande experiência no trabalho de oficinas de percussão com comunidades carentes de jovens e crianças da periferia, e tem consciência do quanto esta prática colabora com a auto- estima e a noção de cidadania do participante, ao lhe oferecer elementos culturais dentro dos quais ele se identifique.

Para que o trabalho seja individualizado, é necessário que cada oficina (com duração de 2 horas) tenha um limite de 20 participantes por vez, com idade entre 10 e 90 anos.

Seguidores